É definida como a perda da relação anatômica entre a cavidade glenoidal e a cabeça do úmero, ou seja, quando o ombro, por motivos traumáticos ou não traumáticos, sai de sua localização original.
Ocorre em torno de 1,5% a 2% na população geral e cerca de 7% em atletas. O ombro luxa em 85% dos casos anterior, principalmente, em casos de trauma, quando o membro afetado realiza o movimento de abertura e rotação externa. Pacientes, vítimas de convulsão ou choque elétrico devem ser pesquisadas, quanto a uma luxação posterior.
Existe um terceiro tipo de instabilidade do ombro: a multidirecional, presente em pacientes com frouxidão ligamentar.
Durante um episódio clássico de luxação do ombro é observado uma deformidade no ombro conhecida como sinal da dragona, pela semelhança com a vestimenta utilizada pelos militares. A presença de dor intensa é frequente e, normalmente os pacientes têm como posição de conforto o apoio do antebraço. Quando há uma lesão neurológica podem ocorrer: déficit à extensão do punho, movimentos dos dedos ou alterações de sensibilidade.
Após um episódio de luxação são lesados ligamentos e a cápsula que estabilizam o ombro. Essas estruturas dificilmente se cicatrizam apenas com imoblização do membro. Portanto, a complicação mais frequente de uma luxação é sua recidiva, o que ocorre com maior prevalência quando o primeiro episódio acontece em pacientes mais jovens. Após um episódio de trauma, podem estar associados à luxação do ombro: fratura da região proximal do úmero ou lesões vasculo-nervosas.
Com relação ao tratamento, inicialmente é realizado o tratamento não cirúrgico com redução (colocação no lugar) do ombro e imobilização pelo período de 03 semanas, sendo realizado, a seguir, a reabilitação.
Já o tratamento cirúrgico, atualmente é realizado por meio da artroscopia, procedimento com menor morbidade, podendo ser tratadas, num mesmo ato cirúrgico, outras lesões presentes, como do manguito rotador, por exemplo. Na cirurgia é realizado o reparo dos ligamentos e da cápsula que estabilizam o ombro.
Entretanto, a cirurgia aberta deve ser considerada em casos específicos, como perda óssea ou recidiva da luxação após o tratamento artroscópico. Recentemente, tem-se indicado o tratamento cirúgico em jovens, atletas ou pacientes com alta demanda do membro já no primeiro episódio de luxação.
Perguntas frequentes
Luxei meu ombro e agora?
O paciente deve recorrer a uma unidade de urgência para que seja realizada a redução (colocação do ombro no lugar), por um ortopedista. Antes da redução é realizado o exame clínico, principalmente com intuito de diagnosticar lesões vasculo-nervosas, bem como radiografias, a fim de descartar fraturas associadas e localizar a posição do ombro, o que norteará o tratamento futuro.
A idade interfere no prognóstico da luxação?
Quanto mais jovem for o paciente maior é a probabilidade de recidiva da lesão.
Tenho 45 anos e após um episódio de luxação perdi força. O que o ocorreu?
Em pessoas acima de 40 anos é frequente a associação de lesão do manguito rotador com a luxação do ombro o que causa perda força do membro.
Após a cirurgia, quando posso retornar ao esporte?
Em esportes de contato ou que utilizam o membro superior, o retorno ao esporte normalmente ocorre após cerca de 6 a 8 meses de tratamento cirúrgico.
O que acontece se não operar uma luxação recidivante?
As lesões irão se agravar, sendo que o desgaste da articulação aumenta a cada episódio de luxação.